Crianças entre 3 a 7 anos e um bebê de apenas 6 meses ficaram sozinhos em casa desde a manhã de sábado
Crianças abandonadas pela mãe recebem cuidados de vizinhos enquanto esperam a chegada do conselheiro tutelar
Quatro crianças foram abandonadas em uma residência, localizada na rua José Balbino da Silva, no bairro de Santa Lúcia, em Maceió. Dois meninos e uma menina, com idades de 3 a 7 anos e um bebê, de apenas 6 meses, foram deixados desde a manhã desse sábado (13) pela mãe, Adriana Bernardes da Silva.
De acordo com informações colhidas com vizinhos pelo tenente Celso, do 5º BPM, a mãe costuma deixar os filhos sozinhos em casa e, muitas vezes, conta com o apoio de conhecidos. No entanto, os vizinhos teriam se negado a continuar com os menores e, mesmo assim, ela teria saído. Segundo os vizinhos, Adriana Bernardes foi vista pela última vez em uma boate, no Benedito Bentes, na noite desse sábado.
Os vizinhos alimentaram e trocaram a fralda do bebê. O menino mais velho, de 7 anos, chegou a dizer que cozinhava ovos todos os dias para os irmãozinhos e que executava serviços domésticos, como varrer a casa e lavar pratos.
As crianças passaram muito tempo reclamando que estavam com fome e os vizinhos resolveram chamar a polícia. Depois da chegada da Força Tática 2, do 5º Batalhão, no final da tarde deste domingo, Adriana apareceu em casa, com alguns chocolates em mãos e assumiu que havia deixado os menores sozinhos, mas sem alegar motivos.
A acusada foi conduzida à Central de Polícia, no bairro do Prado, para prestar depoimento. Ela deve responder por abandono de incapaz e pode receber uma pena com reclusão de 6 meses a 3 anos.
Abrigo e adoçãoO conselheiro tutelar, Arildo Lopes, disse que Adriana era reincidente e que já teria sido alertada para os perigos de abandono de incapaz. A mãe, no entanto, chegou a propor acordo com o conselheiro, mas sem êxito.
Os meninos de 5 e 7 anos foram encaminhados para o abrigo Acolher, a menina de três anos foi levada para a Casa de Adoção. Arildo tenta contato com o secretário de Assistência Social, Francisco Araújo, para saber o destino do bebê de 6 meses, já que, segundo o conselheiro, ele não pode ser encaminhado para adoção devido a idade.